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 D'Leandro™

D'Leandro™
Fundador


O verdadeiro Armagedon











DESCRIÇÃO 




Desde que foi criada a bomba atômica pelos Estados Unidos no projeto Manhattan e posteriormente usada contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki, ficou claro que o equilíbrio militar entre as nações do mundo estaria, definitivamente, alterado para sempre. Depois do termino da segunda grande guerra o mundo foi separado em dois blocos, sendo um liderado pelos Estados Unidos da América, o grande vencedor da guerra, que fez uma aliança com os paises europeus do lado ocidental e a União Soviética que liderava politicamente as nações do leste europeu. O medo de uma invasão soviética na Europa fez com que os Estados Unidos formassem a maior aliança militar do planeta, a organização do tratado do Atlântico Norte, ou OTAN, como é mais conhecida. Nesse tratado estava estabelecido que qualquer país signatário que sofresse um ataque, esse ataque seria considerado contra todos os outros participantes do tratado. Pelo lado oriental, a União Soviética criou uma aliança nos mesmos moldes que foi chamada de Pacto de Varsóvia. A corrida armamentista estava, assim, estabelecida dando inicio ao que se chamou de “A guerra fria”.


A tecnologia militar teve um grande avanço em muito pouco tempo em todos os setores do desenvolvimento tecnológico militar. Muito do que já foi publicado nesse Blog é fruto desses avanços ocorridos no período da guerra fria que se deu entre 1949 e 1991. Essa matéria, que o leitor está lendo agora, tem o objetivo de mostrar as armas nucleares estratégicas em uso atualmente e as que estão para entrar em serviço, para assim, entender como anda o equilíbrio estratégico do mundo atualmente.






Acima: Um missil Minuteman II sobe durante testes. Hoje, apenas a versão III deste missil se encontra em serviço.




A SUPREMACIA DOS ESTADOS UNIDOS




Os Estados Unidos se mantiveram à frente de todas as outras nações do mundo, incluindo a Rússia, em capacidade de ataque estratégico por causa do avançado desenvolvimento tecnológico que permitiu fabricar mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) com um grau de precisão superior ao de seus similares e em grande quantidade. Sob a responsabilidade da força aérea dos Estados Unidos (USAF), estão, atualmente, cerca de 500 mísseis Boeing LGM-30G Minuteman III. Este míssil é a terceira geração do bem sucedido míssil Minuteman que entrou em serviço em 1962 e foram construídas mais de 1850 unidades somadas todas as versões, e é a principal arma estratégica a disposição dos Estados Unidos hoje. Até a pouco tempo atrás, o míssil Minuteman III dividia com um outro míssil a capacidade de ataque estratégico norte americano. Esse outro míssil era o Lockheed Martin LGM-118 Peacekeeper, um moderno míssil balístico intercontinental, que foi precocemente retirado de serviço para o cumprimento do tratado de redução de armas estratégicas START II, fazendo com que o Minutman III se tornasse o único míssil estratégico de longo alcance em uso pela força aérea norte americana.






Acima: Nessa foto podemos ver a montagem das 10 ogivas MIRV num missil LGM-118 A Peacekeeper. Cada "cone" nessa foto é uma ogiva atomica W-87 MK-21 de 300 kt. Esse missil foi retirado de serviço por causa do tratado START II entre os Estados Unidos e a Russia.




Originalmente o Minuteman III estava equipado com três ogivas MIRV (Multiple independently targetable reentry vehicle ou múltiplos veículos independentes de reentrada) do modelo W-78 com 350 kt (kilotons) cada. Essas ogivas MIRV eram liberadas no espaço e cada uma seguia, independentemente, para seu alvo. A margem de erro ou CEP era em um circulo de cerca de 280 m. Porém após o cumprimento do tratado START II, que retirou os modernos Peacekeeper de serviço, o Minutman III teve que ser reequipado com uma única ogiva e por isso foi escolhida uma nova ogiva W-78 MK-21 que teve seu sistema de guiagem inercial atualizado permitindo uma melhora na precisão conseguindo um CEP de 120 m. Essa ogiva mantém a mesma potencia das ogivas MIRV anteriores. O alcance do Minutman III é de 11300 km aproximadamente (esse tipo de informação é classificada e por isso os dados não são exatos). Os mísseis Minutman III se manterão em serviço até 2020, porém, um programa de atualização poderia estender a vida útil desses mísseis até 2040.





Acima: Um missil Minutman III disposto em um museu aérospacial dos Estados Unidos. Este missil é o unico missil ICBM em serviço nos Estados Unidos, nos dias de hoje.



Além dos mísseis Minutman III a força estratégica dos Estados Unidos está equipada com o míssil balístico lançado de submarino Lockheed missiles Trident, que está em operação em 2 versões, aUGM-96 Trident I C-4 e a UGM-133 Trident II D-5. O míssil Trident C-4 é usado pela marinha britânica, além da marinha dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos este míssil é lançado pelos submarinos nucleares da classe Ohio, que transportam 24 misseis, e que já foi descrito no Campo De Batalha Naval. Na marinha britânica é transportado pelos submarinos da classe Vanguard cuja capacidade é de 16 mísseis. O Míssil C-4 entrou em serviço em 1979, e estava armado com oito ogivas W-76 MK-4 RVs (MIRV), com 100 kt de potencia cada e seu alcance é de 7400 km. A margem de erro dessas ogivas são de 380 m, índice, este, relativamente ruim, mas devemos lembrar que se trata de um projeto do final dos anos 70 e está em uso ainda. Ao todo foram entregues 385 unidades desse míssil.








Acima: Um missil Ttrident II D-5, é lançado de um submarino Ohio para mais um "teste de tiro". Este missil é um dos melhores misseis intercontinentais do ocidente. Apenas o missil russo Bulava, supera as qualidades e eficácia do Trident II.


O míssil D-5 é uma versão aprimorada do Trident e por isso foi renomeado de Trident II. Este míssil apresenta melhorias importantes em desempenho, carga útil e precisão, em relação ao modelo original C-4. O alcance do D-5 é de 12000 km, um aumento de 4600 km em relação ao modelo C-4. Essa melhoria implica em poder lançar os mísseis de distancias muito mais seguras ampliando o espaço onde se possa lançar o míssil e assim dificultar a ponto de ser quase impossível interceptar o submarino lançador. A precisão melhorou muito e agora o CEP é de 90 m, sendo um dos mais precisos mísseis balísticos do mundo hoje. O D-5 pode transportar até 12 ogivas MIRV do tipo W-88 MK-5 com 475 kt cada ou do tipo W-76 MK-4 com 100 kt (do mesmo tipo que nos Minutman III), porém, depois do tratado de redução de armas estratégicas START I e do tratado de redução ofensiva (SORT), o numero de ogivas transportadas diminuiu para 4 ou 5. Ao todo foram entregue para serviço, aproximadamente 470 mísseis D-5. O fato dos Estados Unido ter exportado um míssil estratégico de longo alcance para uma outra marinha, no caso a marinha britânica, é interessante, pois mostra o nível de confiança existente entre o governo norte americano e o britânico.


Muito pouca informação sobre possíveis futuros desenvolvimentos no campo de armamento estratégico por parte dos Estados Unidos estão disponíveis. O que se pode encontrar são meras citações sobre um míssil ICBM Minutman IV e um outro chamado de Trident III E-6, e que ambos teriam um nível de precisão na faixa dos 50 m de CEP. Mas essas armas só deverão entrar em serviço entre 2020 e 2030.








O PESO DA FORÇA RUSSA


A força de mísseis intercontinental estratégico da Rússia é composta de diversos modelos de mísseis, diferentemente dos Estados Unidos que usam poucos modelos, mas em grande quantidade. Assim como nos Estados Unidos, os russos se beneficiaram muito dos estudos desenvolvidos por alguns cientistas alemães que acabaram indo parar na Rússia, após a segunda grande guerra, ajudando no desenvolvimento do arsenal nuclear russo. A pequena precisão dos mísseis russos acabou direcionando os projetos das ogivas para alta potência, sendo, sempre, consideravelmente mais potentes que as dos mísseis americanos. Assim, independente da distancia do impacto da ogiva ser muito distante do ponto previsto, a grande explosão se encarregaria de destruir o alvo assim mesmo. Atualmente estão em serviço 4 modelos de mísseis ICBMs e 4 modelos de mísseis SLBMs.






Acima: Um desenho comparativo dos principais misseis ICBMs russos com os principais misseis ICBMs norte americanos, durante a guerra fria. Notem as dimensões avantajadas dos misseis russos.




O míssil mais antigo em serviço na força de ICBMs da Rússia é o R-36M-2 conhecido como SS-18 Mod-4 Satan pela designação da OTAN e foram incorporados em 1988. Estes mísseis são baseados em silos subterrâneos e possuem um alcance de 15000 km. Guiados inercialmente, estes enormes mísseis foram, originalmente, armados com 10 ogivas MIRV de 750 kt cada. Hoje há 140 mísseis SS-18 mod-4 em serviço. O numero desses mísseis foi reduzido por causa do tratado de redução de armas estratégica START I, pois antes havia mais de 300 mísseis desse tipo em suas diversas versões. A margem de erro CEP do SS-18 é de 500 m, o que pode ser considerado uma das piores dentro do arsenal russo, só perdendo para a versão naval do SS-18, porém suas poderosas ogivas anulam essa margem ruim.





Acima: Um lançamento de um ICBM SS-18 Satan. Esse modelo de ICBM é o que tem o maisor alcance entre esse tipo de arma no mundo, chegando a 15000 km.


Como dito acima o SS-18 tem uma versão lançada de submarino que é conhecida como R-29R (SS-N-18 mod-3 Stingray), dos quais foram entregues 224 unidades. Este míssil transporta sete ogivas MIRV de 100 kt cada e sua precisão é de 900 m de CEP, com um alcance máximo de 6500 km. É um míssil nuclear que tem pouca eficácia na medida em que sua elevada margem de erro, somada a pequena potencia de suas ogivas teriam que ser usadas contra alvos pouco protegidos, pois abrigos subterrâneos blindados sairiam ilesos de um ataque com essa arma. Os submarinos que estão equipados com este míssil são os da classe Delta III, que transportam 16 mísseis cada.




Acima: Uma rara imagem de um SS-N-18 Stingray, missil balistico lançado de submarino (SLBM). Esse missil possui uma precisão limitada a um CEP de 900 m. Por isso o tipo de alvo que esse missil visa são grandes centros urbanos e industrias.


O míssil UR-100 N (SS-19 Stiletto) está em serviço atualmente com 140 unidades. Trata-se de um armamento com desempenho similar ao SS-18, porém, com menor alcance, cerca de 10000 km. O SS-19 está equipado com 6 ogivas MIRV com uma potencia de 550 kt e com um CEP de 550 m. Esse míssil será substituído aos poucos pela entrada em serviço dos novos mísseis russos da família do Topol M.




Acima: O SS-19 tem uma precisão similar que a do seu antecessor SS-18, porém com um alcance menor. esse missil será substituido pelos novos misseis Topol M, que estão entrando em serviço.


O míssil ICBM RT-2 PM Topol (SS-25 Sickle) tem 270 unidades em serviço desde 1987. Com esses mísseis o nível de precisão das ogivas russas melhorou muito e o CEP chegou a 200 m do ponto de impacto o que permite, teoricamente, destruir abrigos reforçados. O SS-25 está armado com uma única ogiva de 550 kt de potênciaProvavelmente essa ogiva vem acompanhada de iscas para confundir sistemas de defesa antimísseis. O SS-25 é lançado de veículos MAZ 547. Uma curiosidade é que o SS-25 foi o primeiro míssil exclusivamente lançado de veículos terrestres. Alias, lançadores moveis são muito mais interessantes estrategicamente por causa dessa dificuldade de se encontrar os mísseis e assim destruí-los. Com um alcance de 10500 km ele pode atingir muitos alvos no território continental dos Estados Unidos.




Acima: Um veiculo de lançamento MAZ 547 e sua carga, um missil SS-25 Sickle Topol. A mobilidade do lançador é uma vantagem tática e estratégica muito grande.É interessante notar que essa vantagem não tenha sido explorada por projetos dos Estados Unidos ainda.


A nova geração de mísseis ICBMs da Rússia foi projetada especificamente para ser capaz de superar qualquer tipo de defesa antimíssil que os Estados Unidos, ou qualquer outra nação, venha a desenvolver. O novo míssil RT-2 PM-2 (SS-27 Topol M) representa o que há de mais eficiente quando se fala em mísseis estratégicos intercontinentais. Esta arma representa uma grande dor de cabeça para as autoridades dos Estados Unidos, pois este míssil é virtualmente impossível de se interceptar. O Topol M pode ser lançado de silos fixos para mísseis SS-18 e SS-19 modificados ou de lançadores moveis usando o caminhão MAZ 79221, e ele transporta uma única ogiva de 550 kt, porém ele pode ser equipado com até 6 ogivas com a mesma potência, fazendo modificações mínimas. Essas ogivas são um dos elementos mais importantes na capacidade e burlar as defesas antimísseis pois elas são capazes de manobrar dificultando ao máximo a sua interceptação. Fora esse detalhe, ainda há iscas, ou ogivas falsas lançadas junto com a ogiva real para confundir os sistemas antimísseis. O CEP da ogiva é de 350 m e provavelmente, esse índice será melhorado no futuro. Com um alcance na ordem de 11000 km, o Topol M é capaz de atingir qualquer ponto dos Estados Unidos continental. Hoje existem 42 mísseis Topol M pronto para uso e havia uma previsão de que até final de 2015 esse numero aumentaria para 69 mísseis, porém, com a insistencia dos Estados Unidos em colocar seu sistema antimissil na Europa fez com que o governo russo aumentasse para 100 unidades o numero de Topol M a entrar em serviço até 2015.




Acima: O moderno missil Topol M sendo lançado durante testes. Este missil assim como seu derivado de lançamento naval Bulava, são capazes de burlar as defesas antimisseis em desenvolvimento nos Estados Unidos.



O mais novo míssil ICBM russo é conhecido como RS-24. Este míssil está envolto de uma cortina de mistério, pois seu desenvolvimento foi executado secretamente e as informações a respeito dele são desencontradas em sua maioria. Mas as primeiras indicações dão conta de se tratar de uma versão mais avançada do Topol M com capacidade de transportar 10 ogivas e ele substituirá os mísseis SS-18 e SS-19. O RS-24 é lançado de uma plataforma móvel, no caso um caminhão, cujo modelo ainda é desconhecido. Seu alcance é estimado como o mesmo do Topol M.




Voltando aos mísseis lançados por submarinos russos, está em operação o míssil R-29RM (SS-N-23 Skiff) que entrou em serviço em 1986 nos submarinos da classe Delta IV que transportam 16 mísseis cada. Embora tenham sido fabricados cerca de 112 mísseis, hoje existem apenas 50 unidades armazenadas. A margem de erro das 4 ogivas MIRV transportadas é de 500 m e a potência de cada uma dessas ogivas é de 100 kt. Com um alcance de 8300 km, o submarino lançador tem ampliado a liberdade de pontos de lançamento dificultando a sua interceptação, na medida em que o submarino lançador não necessita de se aproximar do litoral do inimigo para lançar seus mísseis, podendo fazer isso do meio do oceano.





Acima: A montagem de um missil SLBM SS-N-23 Skiff num tubo de lançamento do submarinos nuclear Delta IV. Esse procedimento é relativamente tranquilo, considerando o peso e dimensões desse tipo de arma.



O moderno míssil Topol M, descrito nessa matéria tem uma versão lançada de submarino chamada de RSM-56 (SS-NX-30 Bulava). Este míssil, assim como o Topol M é virtualmente imune a sistemas de defesa antimíssil. O Bulava está equipado com 6 ogivas MIRV manobráveis apoiadas por iscas que dificultam a interceptação dos sistemas antimísseis. Essas ogivas tem uma potência de 550 kt e um CEP de 350 m. Seu alcance chega a 10000 km e o submarino que receberá estes modernos mísseis será o novíssimo submarino do Projeto 935, também conhecido como Classe Borei que transportará 16 mísseis Bulava.





Acima: As versões do modernissimo missil SLBM Bulava que se pretende construir. Esse missil representa o maximo que se pode atingir em termos de dissuasão estratégica, graças a suas caracteristicas de laçamento por submarino, grande alcance e ogivas montadas em veiculos de rentrada manobraveis, imune a defesa antimissil.



Sobre a capacidade de se esquivar dos sistemas antimísseis, cabe aqui ressaltar, que essa impossibilidade de interceptação é referente a parte final do trajeto das ogivas, pois não seria impossível, algum sistema antimíssil destruir o míssil na fase de aceleração, ou seja, imediatamente depois do lançamento. Sistemas como o ABL (Airborne Laser) que consiste em um canhão de raios laser de alta potência montado num Boeing 747, renomeado de YAL-1, estão sendo desenvolvidos para destruir mísseis balísticos, justamente na fase de aceleração. Os russos conseguiram colocar uma capcidade de aceleração extremamente alta em seus novos ísseis Topol M para se evitar esse tipo de interceptação durante a fase inicial do ataque.





Acima: Um Boeing YAL-1 ABL. Esse avião é armado com um potentissimo canhão de raio laser cuja missão é destruir misseis balisticos a caminho de alvos norte americanos e de seus aliados, ainda na fase de aceleração, ou seja, logo após o lançamento.




CHINA: UMA NOVA SUPERPOTENCIA?




Para os pesquisadores de assuntos militares, o desenvolvimento tecnológico chinês causa espanto. Em relativo curto tempo, eles se tornaram uma potência bélica formidável. Através de um esforço espetacular de espionagem e inteligência e de um financiamento de vulto por parte do governo para suas forças armadas, os chineses são, hoje, capazes de atacar com mísseis balísticos intercontinentais praticamente qualquer ponto deste planeta. Essa necessidade de se armar até os dentes vem de uma política agressiva em que o país se tornou um líder regional e ainda por causa do contencioso com a ilha de Taiwan a qual a China considera uma provincia rebelde, e que a China ameaça pegar de volta a força. O risco de os Estados Unidos ajudarem a pequena ilha impõe que a China seja capaz de dissuadir a maior potência do mundo.


O primeiro míssil chinês com alcance intercontinental foi o Dongfeng-5 ou DF-5. Este míssil de 3 estágios entrou em serviço em 1981 na versão original DF-5, que já foi retirado de serviço no ano 2000; Hoje a versão aprimorada deste míssil, o DF-5A está em serviço com 24 a 36 unidades (o numero exato é classificado). Com um alcance de 12000 km, ele transporta uma única ogiva com potencia de 5 Mt (Megatons), uma potencia bastante elevada, para poder suprimir a deficiência de margem de erro CEP que está na faixa de 500 m (O DF-5 tinha um CEP de 3000 m). O lançamento deste míssil se faz por silos fixos. É interessante notar que a China construiu alguns silos falsos para atrair a força atacante para longe dos silos reais e assim melhorar a sobrevivência dos seus mísseis diante de um ataque.





Acima: Um missil DF-5 em uma plataforma de lançamento de testes. A capacidade de ataque nuclear estratégico da China está se expandido desde a ultima decada.


Após o DF-5, a China desenvolveu um novo míssil ICBM que tem a característica de ser lançado de um lançador móvel, no caso, um caminhão HY-473 de 8 eixos produzido localmente. Esse novo míssil, o DF-31 (CSS-9) é armado com uma ogiva unitária de 1 Mt ou por 3 ogivas MIRV com 150 kt cada. A margem de erro é de 300 m, consideravelmente melhor que o seu antecessor e o seu alcance é de 10000 km na versão mais atual DF-31 A. Existe uma expectativa que os primeiros mísseis DF-31 se tornem operacionais ainda em 2007 e que sejam construídos, pelo menos, 20 misseis.







Acima: O imponente desfile militar que ocorre todos os anos na China, é palco de apresentações de interessantes sistemas de armas daquela nação. Aqui temos 3 caminhões HY-473 armados com misseis DF-31.



A China tinha um programa de desenvolvimento de um novo míssil avançado chamado de DF-41 (CSS-X-10), que seria um míssil com 12000 km de alcance e com até 10 ogivas MIRV com 300 kt cada. O CEP seria em torno de 300 m. Há pouquíssimas informações disponiveis sobre esse míssil, e existe uma duvida se esse projeto está em andamento ainda, ou se foi cancelado. O que se sabe é que tratava-se de um míssil lançado por um lançador móvel e teria tecnologia do míssil SS-27 russo, que teria sido vendida ou roubada através de espionagem.


Embora os números sobre a quantidade de mísseis ICBMs chineses possam parecer pouco expressivos, quero lembrar que basta apenas um míssil capaz de atingir uma cidade norte americana no continente, para que os Estados Unidos sejam dissuadidos. Ninguém quer levar uma bomba atômica na cabeça. Fora isso, cabe ressaltar que a China, também, tem muitos mísseis de médio e curto alcance com ogivas nucleares e que podem fazer um estrago no campo de batalha e em alvos estratégicos em Taiwan.








A ESTRATÉGIA FRANCESA


A França tem sua força de mísseis estratégicos de longo alcance baseados exclusivamente em mísseis lançados de submarinos. Atualmente se encontra em serviço o míssil SLBM M-45, que equipa os 4 moderníssimos submarinos da classe Le Triomphant com 16 mísseis M-45 cada. O M-45 é uma versão do antigo M-4 com muitas melhorias, notadamente em relação ao alcance que é de 6000 km contra 4000 km do modelo antigo e a precisão que foi bastante melhorada. O M-45 transporta 6 ogivas MIRV TN-75 de 100 kt de potencia cada e com um CEP de 350 m. Ao todo foram construídos 200 mísseis M-45 que deverá ser substituído pelo novo M-51, a partir de 2010.





Acima: Nesse desenho podemos visualisar o esquema dos tres estágios do M-45. Este missil coloca a França como a terceira maior potencia nuclear do planeta com cerca de 200 misseis produzidos.



O novo missil SLBM M-51 apresentará diversas melhorias como um alcance de 8000 a 10000 km. O M-51 transportará de 4 a 6 ogivas TN-75, a mesma usada no M-45, sendo que a precisão, presumidamente, deva ser a mesma que a encontrada no M-45. Existe um projeto de um novo tipo de ogiva, mas que só deve entrar em serviço depois de 2015, sendo que os M-51 devem entrar em serviço, inicialmente com as ogivas atuais TN-75 com 100 kt de potencia cada.




A opção por utilizar submarinos SSBN como exclusiva plataforma de lançamento de mísseis estratégicos é bastante positiva pois melhora a capacidade de sobrevivência dos mísseis e seus lançadores dificultando a sua destruição, algo muito mais fácil quando a plataforma é um silo fixo.





Acima: Um desenho de um lançamento do futuro missil SLBM frances, o M-51. este missil aumentará a capacidade ofensiva francesa na medida em que este missil possui um alcance 30/40 % maior que o M-45.


OS FUTUROS INTEGRANTES DO CLUBE ESTRATÉGICO


Este artigo tem por objetivo mostrar qual a situação das forças detentoras de mísseis estratégicos de longo alcance nos dias de hoje. Porém é importante observar que além dos países mencionados, outras nações dispões de armamento nuclear de alcance curto e intermediario. Algumas dessas nações, como a Índia, por exemplo, já tem operacionais, mísseis de curto e médio alcance capazes de transportar ogivas nucleares como o míssil Agni II com 4800 km de alcance e com uma ogiva de 250 kt. Sua precisão é elevada e pode chegar a um CEP de 40 m, apenas. Outras nações como o Iran, Coréia do Norte mantém o desenvolvimento de seus primeiros mísseis ICBMs, porém os resultados desses desenvolvimentos devem demorar ainda, antes de entrarem em operação.







ABAIXO TEMOS UM VIDEO BASTANTE RARO DO MOMENTO DA REENTRADA DE OGIVAS MIRV LANÇADAS DE UM MISSIL MINUTEMAN.












ABAIXO, PODEMOS VER O LANÇAMENTO DE MISSEIS MINUTEMAN I DE SEUS SILOS.








ABAIXO TEMOS UM VIDEO EM RUSSO EXPLICANDO SOBRE O MODERNO MISSIL TOPOL M.